A mim não me voltam a enganar

Por ter tido formação musical muitos anos, se há coisa que eu respeito são os músicos. Mas com o respeito que me merecem, também vêm obrigações, as mesmas que eu também tive de cada vez que subi a palco: respeitar quem está na plateia.
Ontem fui à Casa da música ver o concerto do Goran Bregovich. Mal me disseram que ele vinha, não descansei enquanto não arranjei bilhete. Estava toda contentinha por finalmente ouvir ao vivo as músicas de que gosto tanto. Quinta fila para ter a certeza que além de ouvir, também via tudo o que se passava em palco. Sentei-me, comecei a ouvir e depois comecei a dissecar a música para ver quem estava a fazer o quê. E começaram a faltar instrumentos. Eu ouvia mais coisas do que as que via no palco. Até que percebi que a imensa maioria da percussão era gravada. E muitas dos instrumentos de fundo também. As batidas a marcar as entradas eram gravadas. E ainda por cima, o som chegava até mim vindo da cota do palco mas também, a parte gravada, das colunas elevadas. Irritou-me. Muito. Só não me levantei porque havia 2 cantoras de que gostei e fiquei até ao fim. Mas fiquei a fumegar. O concerto estava estragado. Não me conseguia abstrair. E ainda por cima, tirando o tal do sr e mais 3 pessoas  em palco, achei que a banda estava com ar de frete. Não se via grande comunicação. Não havia muitos olhares cúmplices de quem se está a divertir.
Portanto, vamos ver se nos entendemos. Ou é um concerto ao vivo ou não é. Para aquilo fico em casa a ouvir o cd. Da próxima tragam a banda toda. Nem que o concerto fique mais caro. Mas não achem que na plateia ninguém vai perceber o que se passa.

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